Tendo em conta que os rankings variam de jornal para jornal, com variáveis que passam pelo número de exames realizados, pela generalidade das provas ou apenas pelas provas mais concorridas, entre muitos outros, Gazeta das Caldas analisa este ano as tabelas de quatro jornais nacionais: Público, Expresso, Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
Mais uma vez, a Escola Secundária de Raul Proença está em destaque nos rankings escolares da maior parte dos jornais nacionais, sendo a escola mais bem classificada no distrito de Leiria. Os bons resultados voltam a ser partilhados com o Colégio Rainha D. Leonor, que numa das tabelas ocupa o primeiro lugar. Destaque ainda para a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, que no ranking do Expresso sobe 166 posições relativamente ao ano passado.
As direcções das duas escolas com melhores classificações mostram-se naturalmente satisfeitas com os resultados. José Pimpão, director da Raul Proença, que desde 2001 escolhe o Público como jornal de referência para analisar os rankings, congratula-se com o primeiro lugar do distrito, posição que a escola ocupa já há cinco anos. Mas salienta que os bons resultados da escola se devem ao mérito dos alunos e empenho de professores, e não deixa esquecer que na sua escola se realizam mais de 500 exames. “Se fizermos um ranking com as escolas do país com um número de exames nesta ordem, ficamos entre as 15 melhores”, sublinha.
Para o director, é importante ter consciência de que os rankings “não revelam toda a problemática que existe numa escola”, sobretudo no que diz respeito às escolas da rede pública. Além disso, “em escolas pequenas, com menos exames, e sobretudo nas privadas, começam já a ser usados truques para obter melhores classificações nos rankings”, aponta o professor. E dá exemplos: como os rankings se baseiam nos exames da primeira fase, algumas escolas estão a levar apenas os melhores alunos a esta primeira fase de provas. “E se há algum aluno que não é tão bom, liga-se para os pais a dizer que ele ainda não está preparado e que é melhor ir apenas à segunda fase”, afiança.
Por isso, José Pimpão recusa-se a encarar os rankings das escolas como espelhos fiéis da qualidade dos estabelecimentos de ensino. “Para as escolas públicas, que não precisam deste tipo de publicidade, o importante é podermos comparar os nossos resultados com escolas semelhantes às nossas”, acreditando que só assim faz sentido olhar para as tabelas.
Já a direcção do Colégio Rainha D. Leonor diz que “independentemente dos resultados, sentimo-nos satisfeitos por todo o trabalho efectuado na escola, pela credibilidade do mesmo e pelo sucesso que permite aos nossos alunos”. Considerando que a maior parte dos jornais deixa o colégio “fracamente reconhecido” no que diz respeito ao ensino secundário (uma vez que só três jornais colocam a escola no topo do distrito), a direcção salienta ainda a segunda melhor posição nos resultados do ensino básico, “tendo subido face ao ano anterior”.
É precisamente nos rankings do ensino básico que a D. João II surge em destaque, no primeiro lugar a nível concelhio e no quinto a nível distrital e na 131ª posição a nível nacional, de um universo de 1.295 escolas (dados do Público, que é o único jornal a diferenciar os dados do ensino básico).
O director da escola, Jorge Graça, diz que “os resultados obtidos devem-se ao bom desempenho dos alunos, ao empenho, dedicação e estabilidade do corpo docente”, aspectos aos quais se juntam “o papel relevante prestado pelo pessoal não docente e o acompanhamento dos pais e encarregados de educação”.
O ranking do Público
O Público foi, em 2001, o primeiro jornal a tratar a informação que o Ministério da Educação faz chegar em bruto às redacções dos órgãos de comunicação social nacionais. É por isso uma referência quando se fala de rankings, e é-o para a maioria da comunicação social regional e das escolas.
À semelhança do que tem feito noutros anos, o Público divide a classificação das escolas nacionais em várias tabelas e em vários rankings, que têm em conta variáveis como o nível de ensino, se a escola é privada ou pública e o número de exames.
No que diz respeito ao Ensino Secundário, o Público separa as escolas públicas das privadas e divide-as em três listas distintas. Baseamo-nos no ranking geral, que tem em conta a média das oito disciplinas mais concorridas.
No ensino público a Raul Proença é a primeira do distrito de Leiria, alcançando a 18ª posição, com uma média de 12,14 em 555 provas. Já a Bordalo Pinheiro surge no 350º lugar, com uma média de 9,71 em 140 exames.
Na região, a alcobacense D. Pedro I está no 53º lugar, seguindo-se a Secundária de Peniche na 70ª posição, a Josefa de Óbidos no lugar 205, a D. Inês de Castro de Alcobaça na 208ª posição, a Seundária do Bombarral no lugar 369 e a Escola Básica e Secundária de S. Martinho do Porto no n.º 381.
Já no ensino privado, o Colégio Rainha D. Leonor é também a melhor do distrito, no 46º lugar (média de 11,95 em 269 provas). Segue-se o Externato Cooperativo da Benedita no 54º lugar e o Externato D. Fuas Roupinho, na Nazaré, na posição 83.
No que se refere às 1.295 escolas básicas do país, a ordenação dos estabelecimentos de ensino é feita por distrito e concelho. Para esta análise, baseamo-nos no ranking que não tem em conta o número de provas em cada escola.
Assim, nas Caldas da Rainha temos a EB2,3 D. João II, no 131º lugar, com uma média de 3,31 em 192 provas. Segue-se o Colégio Rainha D. Leonor, no 203º lugar e com uma média de 3,18 em 251 provas. No lugar 222, com uma média de 3,15 em 164 provas, está a Raul Proença. A posição 252 cabe ao Colégio Frei Cristóvão (média de 3,11 em 81 provas). A tabela prossegue com a EBI de Santa Catarina, no lugar 411 (média de 2,96 em 124 exames). A EB de Santo Onofre está na posição 534, com uma média de 2,88 em 114 provas. Por fim, a Escola Rafael Bordalo Pinheiro, na posição 1.260, com um total de 38 provas e uma média de 2,18.
O ranking do Expresso
Na tabela do Expresso que se debruça sobre os resultados do Ensino Secundário, entram apenas as escolas onde se realizaram mais de 100 provas. Mas aqui é indiferente se a escola é pública ou privada.
Mais uma vez, a melhor posição (43º) é a da Raul Proença, com uma média de 12,13 em 694 exames. Segue-se, quatro lugares abaixo (posição 47), o Colégio Rainha D. Leonor, com 12,08 valores de média em 287 provas. A outra escola caldense na tabela é a Rafael Bordalo Pinheiro, no lugar 232 (média de 10,65 em 186 provas).
No mapa da região, destaque ainda para o Externato Cooperativo da Benedita (lugar 82), a Secundária de Peniche (lugar 93), a alcobacense D. Inês de Castro (218), o Externato D. Fuas Roupinho (255) e a Secundária do Bombarral (341).
No ranking do Ensino Básico do Expresso são considerados apenas os exames de Português e Matemática e aparecem apenas as dez melhores de cada distrito. Assim, no distrito de Leiria, surge a caldense D. João II na posição 4 (média de 3,39 em 178 provas), o Colégio Rainha D. Leonor (média de 3,23 em 243 provas) e a Frei Estêvão Martins de Alcobaça (média de 3,17 em 255 provas).
O ranking do Diário de Notícias
O Diário de Notícias usa como critério de ordenação das escolas as médias alcançadas pelos alunos nos 18 exames nacionais com mais provas realizadas. Nesta tabela não há indicação do número de exames realizados em cada estabelecimento.
Da amostra que analisamos este ano, DN é o único jornal onde o Colégio rainha D. Leonor surge acima da Raul Proença, sendo que ambas as escolas caldenses ocupam os lugares cimeiros no que se refere ao distrito de Leiria. O colégio surge na posição 49, com uma média de classificação nos exames de 12,05, sendo que a Raul Proença está no lugar 52, com uma média de 12,00. A Bordalo Pinheiro integra também esta lista, no lugar 315 e com uma média de 10,21.
Olhando para a região, o Externato Cooperativo da Benedita surge no lugar 97, a Secundária de Peniche no n.º 131, a D. Inês de Castro na posição 257, a Josefa de Óbidos no n.º 283, o Externato D. Fuas Roupinho na posição 321, a Secundária do Bombarral no lugar 399 e a EB com Secundário de S. Martinho do Porto na 469ª posição.
O ranking do Jornal de Notícias
O último ranking que analisamos é o do Jornal de Notícias, que tem por base os resultados a nota das oito disciplinas com o maior número de exames realizados, independentemente do número de provas.
A primeira escola caldense a aparecer é outra vez a Raul Proença, na posição 57 e com uma média de 12,14. Segue-se o Colégio Rainha D. Leonor no lugar 71 (média de 11,95) e a Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, na 451ª posição (média de 9,71).
Quanto às outras escolas da região, o Externato Cooperativo da Benedita volta a ser uma das melhores classificadas (lugar 106, média de 11,52), seguindo-se a D. Pedro I em Alcobaça (lugar 109, média de 11,49), a Secundária de Peniche (lugar 133, média de 11,28), o Externato D. Fuas Roupinho (lugar 275, média de 10,59), a Josefa de Óbidos (lugar 292, média de 10,51), a D. Inês de Castro (lugar 296, média de 10,51), a Secundária do Bombarral (lugar 474, média de 9,51) e a EB com Secundária de S. Martinho do Porto (lugar 486, média de 9,43).
Joana Fialho
A classificação nacional das escolas confirma a excelência do ensino em Caldas da Rainha. Ao mesmo tempo, é bom lembrar que estes níveis não são apenas resultado do conhecimento que se transmite dentro das salas de aula. A comunidade escolar, inserida no espaço caldense, beneficia do desenvolvimento e do crescimento do concelho. Estes excelentes indicadores, reflectem pois factores económicos, culturais, sociais, demográficos, entre tantos outros, que concorrem para elevar a qualidade de vida.
ResponderEliminarOntem como hoje, assistimos à procura das escolas de Caldas da Rainha pelos estudantes são martinhenses, quando pretendem realizar os estudos do secundário: é natural!
Estão de Parabéns as escolas caldenses!