segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Clientes da CP descontentes com o fim do serviço de passageiros

O fim do serviços de passageiros entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz/Coimbra é uma má notícia para quem tem necessidade de usar um transporte público entre as Caldas e as localidades do litoral centro até Coimbra.Gazeta das Caldas conversou com várias pessoas – uma grande parte estudantes de vários graus de ensino - que moram em S. Martinho, Valado dos Frades e Marinha Grande que agora terão que arranjar outras soluções de transporte se não existir uma alternativa apresentada pela CP ou pelo governo. A maioria terá que passar a vir para as Caldas de autocarro, opção que, dizem, é “mais dispendiosa” já para não referir as questões de segurança e de preservação ambiental, nas quais o modo ferroviário é ganhador face aos outros meios de transportes. Todos preferiam o comboio que “é mais cómodo e até permite estudar”.
“VOU TER QUE VIR DE AUTOCARRO”
David Faustino, 18 anos, mora em S. Martinho do Porto e vem todos os dias para as Caldas pois estuda na ETEO. Soube na escola, através dos colegas que os comboios iriam acabar, coisa que lhe vai causar grande transtorno. Para já, ainda não sabe bem como vai resolver o seu problema, mas admite passar a vir de carro.Por seu lado, Sérgio Soares que é do Valado dos Frades e vem todos os meses às Caldas da Rainha de comboio, ainda não sabia que este serviço ia acabar. E como não possui automóvel, “vou ter que me deslocar de autocarro…”, disse o utilizador que não está nada satisfeito com o fim deste serviço.
“É UMA PENA QUE ACABEM COM ESTE TRANSPORTE”
Quem também vem todos os dias do Valado dos Frades, neste caso para estudar na ETEO, é Pedro Varela de 17 anos. Com o fim do serviços de passageiros – que soube “através das notícias” -, o jovem vai ter que começar a vir para as Caldas de autocarro. Diz que há dias em que vêm dezenas de pessoas no comboio e que “é uma pena que acabem com este transporte”.
“AINDA NAÕ SEI QUE ALTERNATIVA VOU USAR”
Frederico Santos, de 16 anos, é de Salir do Porto e utiliza o comboio diariamente para frequentar as aulas de formação na Soprofor. Já sabia que o serviço de passageiros ia acabar e diz que “para já ainda não sei como vou resolver, ou seja, que alternativa é que terei que usar”.
“O COMBOIO SÓ DEMORA 10 MINUTOS”
A estudar na Escola Secundária Raul Proença, Joana Clérigo de vem todos os dias de S. Martinho do Porto. “Soube que ia acabar o serviço pelos meus pais e amigos”, disse a jovem, de 17 anos.E agora? “Agora vou ter que pagar o dobro de preço e vir de autocarro”, contou, nada satisfeita com o facto de não poder contar com o transporte que “era mais barato e que demorava apenas 10 minutos”, rematou a jovem que diz que linha é usada por várias dezenas de pessoas.“NÃO TÊM LUCRO E ACABAM COM AS COISAS…”
Hermínio Albino, de 73 anos, vai para Campo Serra, que fica a cinco quilómetros das Caldas da Rainha. Usa muito o comboio para vários destinos e soube pelos jornais e televisão que ia ficar sem este serviço. “Como não há passageiros, nem têm lucro e acabam com as coisas…”, disse este cliente da CP, que agora vai passar a deslocar-se de autocarro.
“AINDA NÃO SEI DE NADA”
Zita Matias é do Valado dos Frades e como está a fazer uma formação de 15 meses nas Caldas da Rainha, também usa a linha do Oeste. “Ainda não sei nada oficialmente, apesar de ter ouvido qualquer coisa que a linha de passageiros ia acabar”, disse a passageira, que agora passará a usar o autocarro.
“O COMBOIO PERMITE ESTUDAR, LER E TER IDEIAS”
Zelinda Roldão, 59 anos, é da Marinha Grande e é estudante de Artes Plásticas na ESAD. O comboio foi a melhor solução para se deslocar todos os dias entre a sua cidade e Caldas da Rainha e contava fazê-lo nos próximos três anos.“Soube por uma amiga que isto ia acabar e depois confirmei nas notícias”, disse a estudante, que lamenta o fim do seu transporte favorito, já que o comboio é muito mais cómodo e permite “estudar, ler e até para ter ideias”.Por isso estranha a decisão do governo pois considera que o comboio é o transporte do futuro já que os autocarros estão associados à inflação dos produtos petrolíferos e aos custos ambientais. “É estranha esta decisão, creio que é mesmo um retrocesso na nossa evolução”, rematou Zelinda Roldão.
Natacha Narcisonnarciso@gazetacaldas.com

Políticos viajaram entre Leiria e S. Martinho


A maioria dos autarcas cujos municípios vão ser afectados pelo encerramento do transporte de passageiros na linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz mantém-se firme na defesa da continuidade de um serviço que diz ser essencial na região. Mas há quem considere que esta medida é “perfeitamente racional” nos tempos de austeridade que correm.A convite do Região de Leiria algumas personalidades políticas viajaram na Linha do Oeste entre Leiria e São Martinho do Porto. Gazeta das Caldas aproveitou a boleia e foi saber o que pensam.
Já na passada semana o presidente da autarquia leiriense, Raul Castro (PS), se tinha manifestado contra a medida. Agora, e depois de ter viajado na linha do Oeste pela primeira vez, o edil reafirma que “justificar-se-ia fazer a requalificação da linha porque isso ia trazer seguramente mais clientes e os resultados da exploração seriam outros. Sem isso acontecer, é evidente que as pessoas se sentem pouco atraídas a utilizar a linha do Oeste nas suas deslocações”, devido à pouca falta de qualidade no serviço, aos horários e ao tempo que as viagens demoram.Como vantagens desta requalificação, há tanto reclamada, o autarca aponta os benefícios ambientais “pela não utilização da actual rede viária por parte de mais carros” e o aumento da segurança nas estradas, “pois tirando essa pressão da rede viária, melhores condições haverá para quem nela circula, diminuindo a probabilidade de acidentes”.“Há aqui um caso de sinistralidade que devia ter sido ponderado”, defende Raul Castro, acrescentando que devia ser também levado em conta o facto de muita gente utilizar estes comboios diariamente para se deslocar entre a residência e o emprego e até para frequentar escolas.Prometendo manter-se firme na luta pela manutenção e melhoria da linha do Oeste, o presidente da Câmara de Leiria diz que “valerá a pena tomar uma posição conjunta entre todos os autarcas no sentido de tentarmos que possa haver uma ponderação mais aprofundada por parte dos decisores políticos para que a requalificação possa vir a ser uma realidade”.Outro dos participantes nesta viagem foi o histórico socialista Henrique Neto, que há muitos anos defende melhorias na ferrovia que serve a região. Garantindo já ter andado muito na linha do Oeste, na qual nota uma “evidente degradação”, o actual empresário e antigo deputado do PS lembra que quando se candidatou à Assembleia da República em 1995 realizou uma viagem de comboio entre Leiria e Caldas da Rainha precisamente para “chamar à atenção para a necessidade de modernização da Linha do Oeste”. Uma preocupação que hoje, mais que actual, está “agravada”, porque entretanto a linha degradou-se e a querem desactivar.Henrique Neto acredita que esta medida é “o princípio da sua morte, do seu desaparecimento, e isso é um problema grave para a economia e para as pessoas”. Considera, por isso, “essencial que as autarquias se entendam e façam sentir ao governo de que o transporte ferroviário é o futuro, não é o passado”.
“NÃO ESTOU SOZINHO DENTRO DO PSD”
Outro conhecedor da linha do Oeste é António Salvador, vereador da Câmara da Nazaré, que utilizou estes comboios sobretudo nos seus tempos de adolescente. E na passada terça-feira, o que diz ter sentido foi “a degradação de uma linha que já à época era lenta, mas com bons parâmetros de imagem e com um conforto aceitável”.Hoje, a linha do Oeste é, para o social-democrata, “uma espécie de ferro velho da CP” onde se pode encontrar “o refugo do que a empresa tinha noutros sítios onde decidiu apostar”.Manifestando-se “completamente contra” a medida preconizada pelo governo de Passos Coelho, António Salvador diz que sabe que não está sozinho dentro do PSD. Mas admite que “o desejo de investimento na linha do Oeste neste momento não é possível, mas é pelo menos possível manter os comboios que já existem”.Salientando que a linha é muito utilizada por jovens estudantes e por idosos que se deslocam a Coimbra ou a Lisboa para consultas ou exames médicos, o vereador nazareno aponta o preço das viagens de comboio e a segurança para os passageiros como mais-valias de um serviço que tem um importante “papel social a desempenhar”.Quem também recorreu aos comboios da linha do Oeste, enquanto jovem, foi José Vinagre, vereador da Câmara de Alcobaça, que se juntou aos convidados do Região de Leiria na viagem entre São Martinho do Porto e Valado dos Frades. Um meio de transporte “cómodo”, mas que considera que tem que ser dinamizado e divulgado para que as pessoas o vejam como uma alternativa viável.“As pessoas nem se lembram que existe o comboio”, acredita o autarca, acrescentando que “quando o comboio precisava mais das pessoas, estas viraram-lhe as costas”. Considerando que o transporte de passageiros na linha do Oeste é “fundamental para impulsionar o turismo na nossa costa”, José Vinagre lembra ainda que “ao preço a que está o gasóleo, muita gente deixa de poder usar o carro e as auto-estradas”.
Uma medida “perfeitamente racional na actual circunstância”
Já uma posição diferente tem Domingos Carvalho, eleito à Assembleia Municipal de Leiria pelo CDS-PP, mas que se mantém actualmente no cargo como independente. Uma posição que diz não ser contrária, mas sim “realista”.Domingos Carvalho considera que “a linha do Oeste só é viável se houver forte investimento no sentido de a dotar das condições de se tornar competitiva, que permita transportes rápidos, confortáveis e concorrentes com a rodovia”. Mas lembra que a aposta foi feita na rodovia. “Quando a A8 foi construída, mataram a possibilidade da Linha do Oeste ser viabilizada”.Para o deputado municipal leiriense, o que está em causa é unicamente o custo do investimento necessário numa altura em que não há dinheiro. “A não ser que proponham aos portugueses perderem o 12º mês e talvez parte do 11º ou todo o 11º mês, e nós fazemos uma nova linha do Oeste”, diz.O antigo presidente da concelhia leiriense do CDS-PP defende que “estamos perante um governo que não tem condições de estruturar o futuro. O Governo actual tem apenas, porque é o que lhe é permitido, que gerir o presente. E esta medida é perfeitamente racional na actual circunstância”. Não obstante, diz que este momento deve ser aproveitado por todos os autarcas dos municípios atravessados pela ferrovia “para fazer um estudo inequívoco do que é necessário, quanto é que pode custar, como é que deve ser utilizado, para a partir daí se criarem as condições para que no futuro que conseguirmos construir” se voltem a debater soluções.
Joana Fialhojfialho@gazetacaldas.com
Turismo do Oeste quer linha aberta pelo menos até S. Martinho do Porto
É numa curta tomada de posição que o presidente do Turismo do Oeste, António Carneiro, diz que é “crucial, e perfeitamente defensável que, pelo menos, seja o funcionamento real da Linha do Oeste extensível até São Martinho do Porto”.Para sustentar a sua posição, o responsável aponta a “insignificância do acréscimo quilométrico” que o transporte de passageiros até São Martinho do Porto, e não apenas até às Caldas conforme defendido pelo governo. Além disso, António Carneiro salienta que a vila balnear tem a sua estação “dentro do próprio espaço urbano”. Por isso mesmo, muitas pessoas aproveitam o comboio para se deslocarem até à praia durante o Verão.
J.F.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

“Câmara das Caldas reduz taxas de IMI, IRS e derrama”



Na edição do Jornal das Caldas do passado dia 26 de Outubro foi publicado um artigo, cujo titulo acima transcrevemos, dando conta de mais uma atitude positiva do município das Caldas da Rainha no apoio às populações e às empresas face à difícil conjuntura que atravessamos.
Tendo em conta à grave crise nacional e internacional e perante a redução drástica dos apoios governamentais, o executivo camarário caldense propõe, em boa hora, medidas que contribuem para atenuar, de algum modo, as enormes dificuldades que todos sentem. Pretende-se que o IMI reduza de 0,6 % para 0,55 % e de 0,35 % para 0,31 %, respectivamente para os imóveis mais antigos e para os mais recentes. Quanto ao IRS, o mesmo deverá descer 2,5 pontos percentuais, enquanto que a derrama descerá de 1,3 % para 1 %. A soma dos valores em causa é da ordem dos 2.650.000 euros que, deste modo, entrarão a menos nos cofres da autarquia.
É este tipo de atitudes políticas, tomadas no momento oportuno e com a visão necessária, que estimulam o crescimento, o desenvolvimento e o progresso locais. Nada disto se vislumbra, como todos sabem e poucos divulgam, no concelho de Alcobaça que, ao invés, nos explora cada vez mais sem resolver os nossos reais problemas.

O Movimento São Martinho para Caldas