Não eram raras as vezes em que Ernâni Lopes dizia publicamente que era em São Martinho que gostava de ter a sua última morada e que ali tinha adquirido um jazigo, ainda antes de comprar uma casa de férias. E a vontade do antigo ministro das Finanças cumpriu-se na passada sexta-feira.
Aos 68 anos, Ernâni Lopes faleceu, depois de anos a lutar contra um cancro. A notícia da morte de um dos mais respeitados economistas portugueses suscitou desde logo reacções dos mais diversos quadrantes políticos e não faltaram elogios ao homem que nos anos 80 negociou com o FMI e impôs em Portugal um pacote de medidas austeras, entre as quais a criação de um imposto extraordinário no 13º mês. Conhecido por ser um homem firme, Ernâni Lopes nunca se afastou por completo da política, nem que fosse como comentador, um posto que ocupava sem papas na língua. Nas cerimónias fúnebres que tiveram lugar na Igreja das Mercês, em Lisboa, juntaram-se dezenas de personalidades portuguesas. Um cenário diferente das cerimónias que tiveram lugar em São Martinho do Porto. A família tinha pedido uma cerimónia íntima, e assim foi. No cemitério da vila terão estado cerca de três centenas de pessoas, entre populares, amigos próximos e familiares do economista, mas não houve presenças mediáticas.
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