sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Movimento “São Martinho Para Caldas” em acções de contacto com a população

Está a ser distribuído em São Martinho do Porto o primeiro boletim do movimento que reivindica o regresso daquela freguesia para o concelho das Caldas da Rainha. Um boletim com quatro páginas onde se reflecte sobre o passado áureo de S. Martinho (em que o património natural e cultural eram as grandes mais-valias), o presente, em que dizem que a vila está reduzida a “um incaracterístico amontoado de betão”, e o futuro, que se quer “rumo ao desenvolvimento e ao progresso sustentado.
A aproveitar as paragens do trânsito automóvel, ou nos carros estacionados nas ruas da vila balnear, voluntários entregam a ‘publicação’ onde os membros do movimento inseriram mais duas páginas apontando “a próxima vítima” da autarquia alcobacense – a Casa do Brasileiro, uma construção do século XIX na parte baixa da vila e que “está condenado, por decisão da Câmara de Alcobaça, à demolição”. Em seu lugar está prevista a implantação de mais uma “jóia arquitectónica de quatro pisos”, acusa o movimento.
O encarte condena ainda a construção que está a ser licenciada na entrada sul da vila e que tapa a vista panorâmica sobre esta. “Primeiro destrói-se, depois tapa-se…”, apontam.
À Gazeta das Caldas, um dos fundadores do movimento, António Costa, diz que “o boletim tem uma argumentação mais sólida e concreta” da reivindicação que fazem, e que trouxeram para a discussão pública há um ano. E faz questão de sublinhar que “esta não é uma luta partidária nem política, mas sim uma questão estrutural”, que se prende com “ligações desde sempre às Caldas da Rainha, seja na vida social e cultural, seja no percurso escolar e nos negócios”.
António Costa diz que o feed back que o movimento tem tido por parte da população é “extremamente positivo” e é por isso que prevê lançar a breve prazo um abaixo-assinado a pedir o regresso ao concelho das Caldas. É que, diz António Costa, o descontentamento com a Câmara de Alcobaça é “generalizado”.
O porta-voz do movimento acusa a autarquia de “só estar preocupada com uma política de construção sem planeamento”. Uma política que está a descaracterizar a vila que “podia ser a coqueluche da nossa zona”. E acredita que se a freguesia voltasse para o concelho das Caldas a realidade seria diferente. “A construção teria que se fazer, mas basta olhar para Salir, aqui à nossa frente, para ver o cuidado que há”.
Além do problema da construção desenfreada, António Costa aponta ainda falta de estruturas na freguesia. “Não temos rede de abastecimento de água em quantidade e qualidade, a iluminação pública é deficiente e as estradas estão num estado lastimável, o saneamento básico tem falhas e não estamos preparados como devíamos para receber os turistas”, afirma.
Para já a promessa é de continuar o contacto com a população, que considera “primordial”. Para isso, o movimento conta não só com a cerca de dezena e meia de pessoas que constituem o seu núcleo duro e com muitos voluntários, e com um blog na Internet onde vão colocando informações sobre a freguesia, em saomartinhoparacaldas.blogspot.com.

 
Joana Fialho


Publicado a 27 de Agosto de 2010 . Na categoria: Destaque Sociedade . Seja o primeiro a comentar este artigo.

1 comentário:

  1. Força Movimento!
    Vamos para a frente, na minha opinião deve sair o abaixo-assinado.
    Ernesto

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