sexta-feira, 30 de julho de 2010

ABAIXO-ASSINADO PARA EVITAR DESCLASSIFICAÇÃO DO PORTO DE PESCA

São Martinho quer evitar desclassificação do Porto

O Clube Náutico de São Martinho do Porto está a promover um abaixo-assinado com o intuito de evitar a desclassificação do Porto de pesca e recreio da vila. A Câmara de Alcobaça e a Junta também estão contra a medida, prevista no Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo e que define a passagem daquela infra-estrutura a Núcleo de Turismo e Lazer, perdendo assim o estatuto de Porto secundário.
No documento, o Clube Náutico recorda que aquele Porto "natural" é identificado pelos monges de Cister "na carta de foral, datada de 1257, ao ditarem leis aos pescadores de São Martinho" e não pode deixar de estar sob a alçada do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), sendo necessárias "obras de requalificação" que permitam a sua utilização como porto de pesca e de recreio.
Para Alexandre Quadrio, presidente da Direcção do Clube Náutico, em causa está o "desenvolvimento futuro de São Martinho". O dirigente explica que a desclassificação do Porto impediria a "navegação das embarcações nas condições actuais, prejudicando os pescadores e os praticantes da náutica de recreio", que ascendem às duas mil pessoas.
"O assunto está a ser tratado com um grupo de instituições e de pessoas ligadas a estas actividades", salienta o presidente do Clube Náutico, que solicitou à Administração da Região Hidográfica do Tejo e o IPTM uma "definição e clarificação" sobre a eventual desclassificação do Porto.
Também o presidente da Câmara de Alcobaça está em contacto com diversas entidades, nomeadamente os Ministérios do Ambiente e dos Transportes, para esclarecer a situação.
"Averiguámos o que eram, inicialmente, rumores e mostrámo-nos claramente contra a intenção de desclassificação do porto, porque achamos que deve continuar a ser um porto marítimo e de pesca", declarou Paulo Inácio, que espera "desenvolvimentos" sobre esta matéria nas próximas semanas.
Joaquim Clérigo, presidente da Junta de São Martinho, considera que para a vila "seria muito mau perder o Porto, até para o turismo". "Deixaria de haver parque de recreio na marina, perderíamos a delegação marítima e os nossos pescadores seriam prejudicados", assinala o autarca.
Cerca de duas mil pessoas recorrem àquele porto, estando registadas 1.300 embarcações de recreio, 26 embarcações de pesca marítima e inscritos 49 pescadores profissionais, operando, ainda, mais três embarcações do Porto de Peniche na apanha das algas. Os barcos de pesca estão autorizados a descarregar o pescado em São Martinho do Porto, sendo o pescado vendido em lota na Nazaré.
Joaquim Paulo


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