quinta-feira, 15 de abril de 2010

MINISTRA DA SAÚDE DEFENDE LOCALIZAÇÃO DO HOSPITAL OESTE NORTE NAS CALDAS.

Baseado no estudo realizado pelo IST a Ministra da Saúde defendeu a criação do novo hospital Oeste Norte na Lavandeira Norte (Tornada, junto ao nó da A8), ou em alternativa, a ampliação do Hospital das Caldas junto dos autarcas do Oeste, reunidos nas Caldas no passado dia 6 de Abril.

Para o governo a decisão sobre a solução definitiva para o Oeste Norte terá que ser tomada até ao final do mês pois os concursos dos projectos serão lançados durante o segundo semestre deste ano.

Na reunião foram ainda abordados vários problemas ligados à instalação de novos equipamentos do sistema de saúde na região Oeste, nomeadamente centros de saúde e o do Hospital Oeste Sul.

Na sua deslocação ao Oeste a Ministra esteve no Hospital de Peniche durante a manhã, onde aproveitou para desmentir o abandono da venda de medicamentos em unidose. Antes da reunião com os municípios do oeste a Ministra ainda visitou o Hospital das Caldas onde se inteirou dos problemas existentes.

Sobre a crise desencadeada há duas semanas, a Gazeta das Caldas sabe que a Direcção do CHON está demissionária, não tendo contudo sido confirmado esse facto durante a visita ministerial. Mas percebia-se que tal situação já era do conhecimento informal dos responsáveis do ministério da Saúde.

Novo Hospital Oeste Norte será nas Caldas

A criação do novo hospital Oeste Norte na Lavandeira Norte (Tornada, junto ao nó da A8), confirmando a notícia dada pela Gazeta das Caldas há dois meses, ou a ampliação do Hospital das Caldas foram as hipóteses deixadas pela ministra da Saúde, Ana Jorge, aos autarcas do Oeste, com quem reuniu nas Caldas no passado dia 6 de Abril.

A decisão sobre qual a solução para o Oeste Norte terá que ser tomada até ao final do mês pois os concursos dos projectos serão lançados durante o segundo semestre deste ano.

Os estudos apontam para as Caldas mais ainda faltam pequenos acertos. A Comunidade Intermunicipal vai ainda pronunciar-se sobre o estudo [que o ministério apresentou] e depois a decisão será do Ministério da Saúde”, informou Ana Jorge à saída da reunião, de quase cinco horas, com os autarcas do Oeste e dos municípios de Azambuja, Cartaxo, Rio Maior e Santarém.

A ministra anunciou ainda a constituição de uma equipa que irá fazer o estudo do perfil assistencial do novo Hospital Oeste-Sul, que será construído em Torres Vedras. A calendarização e especificações deste equipamento serão feitas ainda durante o primeiro semestre, e o lançamento do concurso do projecto está previsto para o primeiro semestre de 2011.

O presidente da OesteCIM, Carlos Lourenço, saiu contente desta longa reunião de trabalho sobre a saúde na região Oeste, destacando que foi feita uma abordagem concelho a concelho.

O também autarca de Arruda dos Vinhos destacou a calendarização do lançamento do concurso do projecto para o hospital Oeste Norte ainda no segundo semestre deste ano, assim como a sua localização que “terá ainda alguns ajustes, mas tudo aponta que seja nas Caldas”.
Os centros de saúde, outro dos assuntos previstos nas compensações da tarnsferência do aeroporto da Ota, foram vistos caso a caso e, de acordo com Carlos Lourenço, “alguns já estão a andar e outros estão calendarizados”. O novo centro de saúde da Nazaré “é o que está mais atrasado e no do Sobral de Monte Agraço faltam pequenas burocracias”, exemplificou.

Na reunião foi também abordado o serviço de urgência de Peniche, que terá concurso imediato, e os cuidados primários de saúde, que se debatem sobretudo com a falta de médicos, problemas que “irão ser equacionados caso a caso e tentar melhorar dentro da medida do possível”, disse Carlos Lourenço.
“Foi uma reunião muito proveitosa e há vontade de ambas as partes de trabalhar em prol dos mesmos objectivos”, frisou o presidente da OesteCIM, adiantando que Ana Jorge também ficou “contente” com a reunião onde teve oportunidade de se aperceber dos problemas que existem nos municípios.
Autarca de Alcobaça contesta estudo do Ministério e quer hospital em Alfeizerão

“A injustiça é grande demais, é inaceitável e não nos conformamos”. É desta forma que o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio reage ao estudo apresentado pelo Ministério da Saúde que sugere o terreno no concelho das Caldas como a melhor opção para a construção do Hospital Oeste Norte. O autarca critica os critérios “subjectivos” utilizados no estudo que considera não ser científico, nomeadamente a existência de portagens em Alfeizerão.

Para Paulo Inácio há mais de 10 anos que as pessoas de Alcobaça e Nazaré estão a sofrer uma “discriminação negativa” relativamente aos oestinos porque “fomos ordeiros e tivemos esta consequência de ter portagens”. O autarca garante que foi veemente no seu protesto e que a Ministra da Saúde “reconheceu algumas deficiências no estudo e, por isso, é que a decisão definitiva foi adiada até ao fim do mês”. Vão agora sensibilizar a ministra e o governo para que “não cometa esta imoralidade de penalizar duas vezes os mesmos cidadãos”.

Paulo Inácio quer que a análise para a localização do novo hospital seja feita sem o critério das portagens e diz estar seguro que o estudo efectuado pelo economista Daniel Bessa é aquele que “vai vingar e é o que aponta para Alfeizerão”.

Intenções de demissão no Conselho de Administração

Na última reunião do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), decorrida na passada semana, os cinco elementos terão expressado a intenção de se demitir. É o que apurou a Gazeta das Caldas sem que, até ao fecho da edição, tenha existido a formalização dessa intenção.

Questionada sobre o assunto, a ministra Ana Jorge, disse “não saber nada” apesar de ter estado com aqueles responsáveis durante a visita ao Centro Hospitalar das Caldas.

Questionado sobre este assunto, o presidente da ARSLVT, Rui Portugal, reconheceu que o CHON é um centro hospitalar com “problemas financeiros” porque tem três unidades hospitalares e ainda um hospital termal.

O responsável diz que ainda não foi encontrado o equilíbrio entre as necessidades que existem relacionadas com a prestação tradicional dos serviços do hospital e aquelas que o hospital termal possui.

Nesta fase inicial do CHON e devido aos problemas financeiros, a ARSLVT quer ter “uma acção de acompanhamento mais permanente ao CHON”. Com isto, Rui Portugal quer dizer que enquanto reúne com os restantes centros hospitalares com uma periodicidade trimestral ou quadrimestral, com o CHON “reunimos pelos menos de dois em dois meses”.

Este responsável diz que este centro hospitalar “é recente e que ainda não encontrou a sua linguagem própria”.

São conhecidas as divergências entre os elementos do Conselho de Administração e terão sido notícias sobre investimentos em património (que terão sido aprovados antes da entrada em vigor do Plano de Contenção), que poderão ter precipitado as reuniões com a tutela e as intenções de demissão.
Ministra da Saúde visitou o Centro Hospitalar

Na passada terça-feira, a ministra Ana Jorge visitou o Oeste e, depois de ter estado no Hospital de Peniche, foi ao Centro Hospitalar Oeste Norte, nas Caldas. Chegou perto das 13 horas e começou a visita pelo serviço de Urgência. Como guia teve o presidente do Conselho de Administração do CHON, Manuel Nobre, mas após a passagem por alguns sectores - e da governante ter tomado conhecimento das dificuldades com que este centro hospitalar está a funcionar (que serve agora uma população mais vasta) - Ana Jorge pediu para que os jornalistas não a acompanhassem. A comitiva incluía, além da ministra, o Governador Civil, elementos da ARSLVT, da Administração do Centro Hospitalar e autarcas locais.

Natacha Narciso , Fátima Ferreira

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