Em editorial, o Região de Cister, na edição de 19 deste mês, de forma simples e concreta, abre a dizer:
“ O Concelho de Alcobaça, sendo um concelho atípico, pela dispersão geográfica das suas freguesias populosas, tem perdido união entre o norte, o sul e o centro.”
E continua:
“ De são Martinho do Porto surgem notícias (renovadas) de que há grupos de pressão para que a freguesia pertença (regresse) antes a Caldas da Rainha e a própria Benedita já quis emancipar – se, tornando – se concelho.”
Permitam ainda, do mesmo editorial, os seguintes enxertos :
"É preciso perceber o que leva cidadãos de algumas freguesias a voltarem as costas à sede do seu concelho."
“ Para São Martinho, que dista 22 quilómetros da sede do concelho, … , mas daquela freguesia às Caldas da Rainha é um instante, seja de carro, comboio ou outro transporte público.”
“ A norte, a popularidade de Alcobaça não é famosa. As freguesias de Pataias e Martingança têm sido mal tratadas pela sede do concelho …”
Pois bem, nada disto é novidade para nós. O sentimento que temos é de um concelho que se foi deixando empobrecer ao ponto de apresentar sinais evidentes de desagregação. Recentemente, e bem, perdeu a Moita! Todos têm o direito de procurar uma vida melhor. Enquanto isso, os responsáveis autárquicos, na sede, sentados à sombra do Mosteiro, “embriagam – se” a falar do e para o concelho como se fossemos também alcobacenses – essa designação está bem para os que nasceram em Alcobaça.
Alto aí!
Os nascidos nas restantes 17 freguesias, como, entre outros, os sãomartinhenses ou sãomartinheiros, os alfeizeirenses, os beneditenses, os pataienses ou pataieiros, etc, etc., têm designação própria. Por nós, os nascidos e residentes nesta Vila, os que aí pagam contribuições e impostos sem ver qualquer retorno, pedimos que não nos “insultem”, isso não. Somos, e nisso temos justo orgulho, sãomartinhenses ou sãomartinheiros.
Podem escolher !
Os dias passam, arrastam os meses e os anos. Não se vêm iniciativas estruturantes que dêem vida própria à Vila e atenuem a sazonalidade. Isto faz – nos pensar, porque à volta os concelhos vizinhos, apesar de tudo, mexem, progridem. É só ver !
Nós, por aqui, que respiramos a brisa marítima, de vez em quando à mistura com o cheiro nauseabundo a porcos, conhecedores das potencialidades de toda a costa do concelho, cientes que o futuro também passa pelo turismo, andamos descrentes e tristes. Nesse sentido, aliás como noutros, nada vemos. Vejamos, a Baía que por aí dizem ser uma pérola, com o areal atingido, diariamente, com excrementos dos porcos, está assoreada e estrangulada. Por Mar a navegação é perigosa e vai piorando. O acesso de barcos nacionais ou estrangeiros é impossível. E já muitas das nossas embarcações profissionais e recreativas optaram pela Nazaré. Isto passa-se num porto carregado de história que, os responsáveis autárquicos, indiferentes, deixaram e deixam morrer ! Não se conhecem planos para que a Baía - praia das crianças e ainda, pomposamente, classificada oficialmente de Porto de Abrigo – recupere e veja melhores dias. É, na verdade, uma pérola… abandonada !
É por esta e.. por outras que nós, por aqui, com educação e em democracia, lutamos. Há muito que perdemos as esperanças na gestão do concelho.
Não se conhecem quaisquer planos de desenvolvimento para a Freguesia. Navega – se, com denso nevoeiro, à vista!
Comungamos em absoluto com o dizer de um pataieiro, em sede de blogue, onde, igualmente, constam artigos fundamentados de emancipação e desejo de passagem a Concelho:
“ Alcobaça é só tribunal, impostos e outras chatices.”
Por tudo isto, sentimos a primária necessidade de emancipação e vivemos na esperança no regresso ao Concelho das Caldas.
O Movimento,
21 de Novembro de 2009